MUITO ALÉM DO ARCO-ÍRIS

Algumas coisas na vida são unanimidade. O Arco-íris é uma delas. Ninguém fica impassível diante dele. Tampouco passa incólume por ele. No entanto, ninguém passa por ele. Passamos pela experiência de vê-lo, mas nunca o tocamos, cheiramos ou atravessamos.

ELE nos atravessa!

Ver um arco-íris no céu é como sentir o perfume de uma rosa, ouvir o canto de um rouxinol, acariciar o pelo de um animal de estimação, ouvir história no aconchego do colo da avó, comer a comida predileta, ser abraçado pela pessoa amada... Somos tomados pela visão e ficamos encantados no caminho colorido que perpassa o céu.

Será que no final tem um pote de ouro?

Onde ele começa? Qual é o seu fim? Quanto tempo vai durar?

Para onde leva? Para o reino de Asgard? Ou será que depois dele tem o mundo mágico de Oz?

É a deusa Íris que enfeita o céu ao levar as mensagens dos Deuses? É Oxumaré Cobra-Arco-Íris soberano dirigente dos movimentos? Ou a maravilhosa Serpente do Arco-Íris australiana que deu forma a vales, montanhas e rios e criou toda a vida na Terra ao fazer jorrar água sobre seus rastros?

Não sei você, mas eu fico arrebatada como uma criança, maravilhada e hipnotizada, desejando que ele não se vá.

O Sol, ao vir iluminar o ar molhado depois de uma chuva, sempre traz o arco-íris para colorir de volta a paisagem cinzenta. É como se o pincel viesse molhar as tintas na água para aquarelar o cenário.

A beleza e o mistério nos envolvem no arco-íris. Ele é efêmero, não podemos captá-lo e temos que aproveitar enquanto ele está, pois num piscar de olhos ele pode desaparecer!

Ele nos diz: “depois da tempestade vem a bonança!” E nos convida a ter esperança, a confiar, esperançar.

Ele traz todas as possibilidades, todas as cores. “As cores são os atos e sofrimentos da luz”, dizia Goethe. Sim, para a cor nascer a luz tem que interagir com a escuridão. Ambas sofrem, mas juntas, através de seus atos e encontros, colorem o mundo.

Hoje o arco-íris visitou minha alma. O sol iluminou lágrimas de felicidade misturadas com escuridão de realidades, mas a cor se fez e eu espero seguir colorindo o mundo com as cores da minha alma.

IMAGENS:

Oxumaré - Alexandra Mettrau (pastel oleoso)

Foto de David Mark em Pixabay